Ele servirá de base para uma ação
civil pública, proposta pelo sindicato, e para um debate público sobre a
realidade dos presídios da Capital.
Em entrevista concedida a Agência
ContilNet, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre
(Sindap/AC), Adriano Marques, resolveu falar sobre as precariedades dos
presídios acreanos, sobretudo do presídio de Senador Guiomard, que ele classifica
como “elefante branco”.
Segundo Adriano Marques, o sistema
carcerário no Estado está a ponto de sofrer um colapso por falta de uma
estrutura adequada de segurança, efetivo e material de segurança para o
trabalho dos agentes.
“O sistema carcerário estadual vive
um momento de precariedade, é um barril de pólvora a ponto de explodir. O
governo é conhecedor de todas essas mazelas e, ao invés de reestruturar as
unidades prisionais do Estado, prefere gastar o dinheiro público construindo um
presídio que não passa de um 'elefante branco'”, denunciou Adriano Marques.
As declarações do sindicalista são
baseadas em um relatório que está sendo produzido pelo Sindap/AC.
No documento, que está em fase de
conclusão, Adriano Marques denuncia que a unidade recém-inaugurada opera com
menos de 5% da sua capacidade de lotação: o presídio tem capacidade para
abrigar 500 detentos, mas está sendo ocupado por apenas 75 presos.
De acordo com o presidente do
Sindap/AC, o relatório aponta, ainda, que apenas duas câmeras de monitoramento
estão instaladas em toda a unidade e que a altura da muralha e a espessura da
tela de proteção das alas estão fora dos padrões exigidos.
Porém, mais abusurdo, segundo
Marques, é a existência de uma porta, nos fundos do presídio, que não oferece
nenhuma segurança e que pode facilmente ser arrombada pelos detentos.
“Para se ter uma ideia, os cabos dos
para-raios estão expostos, podendo serem usados para escalar as muralhas. Essas
são apenas algumas das irregularidades apontadas no relatório”, revelou
Marques.
Adriano Marques disse, ainda, que o
relatório será concluído nos próximos dias e será encaminhado ao Ministério
Público, governo do Estado e demais órgãos competentes.
Ele servirá de base para uma ação
civil pública, proposta pelo sindicato, e para um debate público sobre a
realidade dos presídios da Capital.
O presidente do Sindap/AC prometeu,
para os próximos dias, novas revelações sobre a verdadeira situação carcerária
no Acre, quando apresentará um dossiê com provas documentais de irregularidades
e gastos abusivos do dinheiro público.
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